PLANOS DE SAÚDE E ARAPUCAS

Por Humberto de Luna Freire Filho

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Segundo estudo publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os reajustes dos planos de saúde individuais chegaram a 382% em 18 anos, entre 2000 e 2018, um percentual que chega a  ultrapassar o dobro da inflação do período. A inflação “específica” do setor de saúde nesse período foi estimada em 108%. Em função disso mais de 3 milhões de pessoas deixaram de pagar seus planos por falta de condição financeira e migraram para os sobrecarregados serviços públicos de saúde, setor já há muito deficiente por falta de investimentos.

A  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)  é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde, que passou a atuar no mercado de planos privados de saúde a partir de 2001 usando a metodologia que resultou nesse astronômico reajuste. Fica a pergunta: que interesses outros existiam, ou existem, por trás de tudo isso? A agência está a serviço da saúde ou a serviço de grupos econômicos, que exploram a medicina e manipulam os órgãos públicos em seu benefício a exemplo de vários outros setores desse  corrompido e apodrecido sistema de governo?

A autarquia ANS  foi criada pela Lei n° 9.961 de 28 de janeiro de 2000, sendo responsável em promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais, a relação entre prestadoras e consumidores e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Mas, infelizmente, essa contribuição por mais boa vontade que possamos ter não conseguiremos vê-la no dia a dia.

Na condição de profissional da saúde  há 42 anos, afirmo que, salvo poucas exceções, o que temos hoje é uma leva de planos de saúde de péssima qualidade, se é que certas arapucas possam ser chamadas de plano de saúde.  Além de explorarem financeiramente o médico, com valores ridículos pagos por consultas, ainda criam sérios problemas e empecilhos para os associados, inclusive na realização de exames complementares, muitos deles essenciais para um diagnóstico seguro.

PS – Assumo o que disse e me ponho à disposição do órgão público ou de qualquer das entidades privadas para qualquer debate ou desafio; é só manter contato e marcar dia e hora.

Humberto de Luna Freire Filho, médico – Cidadão brasileiro sem medo de corruptos

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16 pensou em “PLANOS DE SAÚDE E ARAPUCAS

  1. Pelo visto o amigo já perdeu a fé no governo Bolsonaro, que tanto apoiava. Não estaria se precipitando? Estivesse eu em seu lugar, procuraria o ministro da saúde, que me parece ser um homem inteligente e interessado em resolver os problemas do setor, e conversaria com ele sobre mais essa escorcha a que é submetido o otário brasileiro.

    • Conterrâneo, pensei seriamente nisso. O novo ministro da Saúde parece ser, e eu torço para que seja, um administrador sério. Acontece que depois da grita geral, a ANS mudou a metodologia de reajustes dos planos de saúde.

  2. A maioria das atividades e instituições do País estão minadas pela degradação
    ética e moral que a Política nas últimas décadas impôs à Nação.
    Em épocas remotas certas atividades de escol eram reservadas ao que chamava-se de Homens Bons. Lamentavelmente, há muito, isso deixou de ser o paradigma. Nas cúpulas, acham-se os maiores canalhas, com poucas e raras exceções. Vejamos : o Congresso, o topo do Judiciário as maiores Empresas do
    País, empresas estatais e privadas. As associação de classe como a OAB e
    muitos sindicatos e representações profissionais.
    O País chafurda na irresponsabilidade.
    Mas não nos desesperemos, ainda temos homens de bem nesta triste Pindorama.

    • Mário, lentamente a coisa vai mudando, já temos alguns ministérios sendo administrados por gente honesta. Temos no ministério da Justiça um Sérgio Moro depois de termos visto por lá pelo menos uns seis picaretas. Temos um ministro da Saúde diferente do corrupto Humberto Costa. Isso já começa a nos dar um pouco de esperança no futuro do país.

  3. Dr. Humberto, imagine que nestes 18 anos (em 2004) completei 60 anos, aí então tive de uma só vez um aumento de 169%, por causa da idade. Já tentei mudar de planos várias vezes, mas a Amil diz que não tem mais planos individuais para me oferecer, então tenho que ficar pagando horrores para não ficar sem plano. Como infartei e coloquei 4 stents, não posso fazer nada!! É só pagar…

    • Nicanor, com profissional da saúde me revolto e perca a compostura em certas ocasiões. O governo mudou mais ainda acho que esta faltando “culhões” ao novo governo para enfrentar a podridão criada, e mantida, pela quadrilha de esquerda que dominou o país por 18 anos.

  4. Caro dr Humberto; sou atendido pelo plano Bradesco Saude cuja apólic e atende os empregados da Braskem (empresa petroquimica do grupo Odebrecht). Eu era empregado da Braskem -Maceió e me aposentei em 2010. Tenho 84 anos e os reajustes anuais obedecem o que está contratado no contrato: aplicam-se anualmente 2 reajustes (um da inflação, indicada pala ANS e outro representado pelo indice de uso do plano pelos usuarios, vulgo “sinistralidade”. Isso faz com que os reajustes anuais muitas vezes ultrapassem a inflação, alcançando niveis abusivos. Onde fica o Codigo de Defesa do Consumidor, que estabelece não haver rejustes para idosos? Agradeço sua atenção.

    • Gabai, até que enfim depois de muitas críticas a ANS mudou a metodologia de reajuste para os planos individuais de saúde a partir do início desse ano.

  5. Ha’ muito tempo que venho ‘assistindo’ o comportamento do marketing/finanças no BR.
    Somos tratados nao como GADO, mas como GRANJA… desumanamente como se fossemos uma granja panaca de galinhas!
    Duvida?
    Por tras dos grupos de saude, dos bancos, supermercados, etc, estao aqueles chamados de ”capitalistas do lucro a todo custo”!

  6. Dr. Humberto, esses planos de saúde são mesmo uma vergonha em nosso país. Querem receber muito e prestar péssimos serviços aos associados. Vergonhoso! Seus dizeres são claros e nos mostram com clareza as arapucas que são.

    Forte abraço.

    Zardetto.

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