Por Humberto de Luna Freire Filho
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É desalentador ver o Brasil de hoje. Para onde está caminhando? A falta de ética, de moral, de caráter dos políticos, dos governantes, incluindo-se ai os integrantes do próprio poder Judiciário, que deveria ser uma reserva moral para dar exemplo e segurança jurídica à sociedade, mas que agora também passou a ser mais um antro de corrupção e juntou-se aos outros dois podres na vala comum.
Uma das principais revistas semanais do país traz um reportagem intitulada “Ecos de um casamento”, na qual ilustra com foto de página inteira o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) se confraternizando, em uma festa de casamento no Ceará, com advogados, políticos e lobistas com interesses diretos em suas decisões no processo. Como convidado é convidado, a essa altura resta saber se a conta total foi paga pelos advogados ou pelos políticos, pelos lobistas ou mesmo por nós contribuintes.
Outro fato que mostra a desmoralização e a promiscuidade reinante na justiça brasileira é o caso do juiz federal Flávio Roberto de Souza, responsável pela ação criminal contra o corrupto empresário Eike Batista. Esse juiz foi flagrado se apropriando de veículos de luxo, relógios e até um piano de cauda do empresário. Mas a sorte desse corrupto é que vive em uma país abarrotado de muitos outros corruptos; se fosse em um país de primeiro mundo, um país sério, ele iria apodrecer na cadeia, mas, no reino das fantasias, ele foi aposentado compulsoriamente e com salário vitalício, ou seja, um presente dado pelo Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 2ª Região do Rio de Janeiro, um penduricalho de nome bonito, mas que toma decisões imorais. Decididamente, bandido no Brasil não é punido, é premiado, e pior, por quem na verdade deveria dar o bom exemplo – a Justiça.
Humberto de Luna Freire Filho, médico