Por Humberto de Luna Freire Filho
Não sou o dono da verdade, mas após assistir a realização de três debates com cobertura nacional, realizados por grupos televisivos independentes, reunindo presidenciáveis, podemos chegar à seguinte conclusão. O primeiro debate realizado pela Rede de Televisão Bandeirante mostrou uma imparcialidade de seus editores no encaminhamento do processo, deixando que os candidatos pudessem mostrar para que vieram e ficou bem claro a incompetência do ex-presidiário, que saiu desmoralizado a ponto de se negar a comparecer ao segundo debate.
O segundo debate realizado pelo Sistema Brasileiro de Televisão também seguiu o mesmo critério de imparcialidade, e como toda a programação do evento é antecipadamente apresentada e discutida com a coordenação de campanha de cada candidato, fez com que os auxiliares do presidiário negassem o comparecimento do mesmo alegando incompatibilidade de agenda. Um debate a nível nacional seria a melhor agenda para um candidato expor seus planos de governo e, no caso desse candidato, responder as acusações de ladrão e chefe de quadrilha como é conhecido nos meios mais bem informados do país e do exterior.
Agora vamos ao terceiro debate realizado pela Rede Globo de Televisão. Esse o candidato da casa aceitou de imediato. Lá o sistema de proteção já estava pronto e exaustivamente testado. Vou ser um pouco pretensioso, fiz questão de assistir ao debate mas sabendo o que na verdade seria, e já no fim do primeiro bloco tive minhas suspeitas confirmadas. Tudo direcionado pelo boneco Bonner, que após se filiar à podre esquerda até deixou a barba crescer. Esse indivíduo lia as escolhas previamente elaboradas; quem pergunta e quem reponde, e por “mera” coincidência os escolhidos estavam no grupo de candidatos sem a menor chance de disputar um segundo turno.
Esse blá blá blá entre candidatos, não sou matemático, mas acredito que consumiu 80% do tempo, enquanto o debate entre os dois candidatos que polarizam a eleição, o que realmente interessava ao eleitor, foi posto em segundo plano para garantir que o candidato da emissora não ficasse totalmente desmoralizado a apenas três dias das eleições. Sim, mais uma: a emissora inicialmente anunciou o debate para as 20:30h, mas alguém nos bastidores resolveu postergar para as 22:30h, o que levou o debate para além das primeiras horas da madrugada.
Pois é, o debate na Globo não poderia começar no horário em que foi realizado nas outras emissoras, os telespectadores da TV não poderiam perder um capítulo da novela Pantanal, coisa extremamente importante se comparado a um simples debate que poderia definir uma eleição, que só ocorre a cada quatro anos. Ora! os bastidores do comitê GLOBO sabem, como todos nós também sabemos, que grande parte dos eleitores do corrupto são pessoas de baixa renda e precisam dormir cedo em uma quinta-feira para acordar cedo em uma sexta-feira e honestamente ir ganhar seu pão de cada dia, diferentemente dessas quadrilhas que por vinte anos roubaram o pais. Uma nova desmoralização do presidiário seria inadmissível para a emissora.
Humberto de Luna Freire Filho, médico – cidadão brasileiro sem medo de corruptos